Agora, um novo ano começou. 2010 chegou, mas a vida continua. Faz algum tempo que sequer mexo no blog, ainda que me sobrem ideias, que vão e vem no turbilhão mental, num escoamento bastante turbulento. Algumas, porém, necessitam ficar mais algum tempo guardadas. Precisam ser atualizadas e construídas, aos poucos. Confesso que não sou perfeito. Às vezes não escrevo porque simplesmente falta-me a disposição, o ânimo suficiente pra abusar da conexão banda larga e gastar o teclado. Facilitando tudo, também faço parte de um time vergonhoso, o da preguiça.
Mas hoje, num sopro repentino de inspiração e de energias, decidi voltar ao blog. Falar de algo que, quando lido, pode causar em alguns reações inesperadas. Mas o que é o ofício de escrever, senão o de expressar as ideias, sejam elas quais forem? Em alguns casos, a transmissão de certas ideias pode ser bastante perigosa, mas creio que perigo nenhum haverá em palavras tão desorganizadamente arrumadas nesse espaço frio de pixels e elétrons.
Alguns me perguntam, já há certo tempo, por que ouço músicas tão tristes, tão cruéis, tão sujas. Vejo no tom dessas perguntas um certo tom de preocupação, e me sinto agradecido por isso. Entretanto, a fala, às vezes, não me permite colocar em ordem todas as ideias, sendo que por vezes acabo por preocupar ainda mais aqueles que tanto me amam. Não desejo isso jamais, mas sei que fazem isso pelo mais puro amor que têm por mim, talvez de uma forma que nunca antes havia conhecido.
Pois então que pergunto, não somos constituídos de matéria temporária, barro efêmero e de fácil dissolução com o passar do tempo? Estamos, pois, num eterno vir-a-ser, como diria o sábio grego, passamos de um a outro oposto em um tempo relativamente curto. Pensemos aplicando esse conceito: O que seria o significado das coisas? Seria algo concreto, fechado? Ou seria algo aberto? Não mudamos, com o passar desse mesmo tempo, o significado e o uso das palavras? O jogo deve se repetir até mesmo em palavras que se mostram antônimas.
Aprendemos, de formas diversas, por exemplo, que a morte não é o fim e nem é ruim, e que muitas vezes a vida pode ser tão ou mais agonizante e sufocante quanto as sepulturas. Passemos pra outros exemplos: vejamos os espíritos mais elevados, ou santos, ou mestres, chamem como quiserem o que aqui falo. Qual será a fórmula do seu conhecimento? Na minha opinião, seria a vida livre, sem medo do que vem à frente, sendo possível a existência da dor.
Já li vários livros, que falam da dor como principal mestra em situações extremas. E porque não? É ela que nos permite pensar, articular ideias que possam deslocar obstáculos para que, quando vencidos, possam possibilitar o deslocamento evolutivo do espírito, ser ou ego. Um outro falava que a dor se deslocava de forma vertical, em direção às alturas, enquanto a felicidades, pros lados. Então, segundo o autor, a dor elevaria o ser, enquanto a felicidade aproximaria os iguais.
Aqui ponho uma ressalva em minhas ideias, um erro na minha conduta, que é a de não transparecer a alegria que há em mim. E é nisso que devo focar: emitir maiores vibrações de felicidade pra aqueles que amo demais, porque eles merecem, pelo amor que a cada dia dão pra mim, e que tento retribuir do jeito que posso e, às vezes, falhando, o que me deixa muito triste.
Voltando pro assunto principal, não é quando o céu tá mais enegrecido, obscurecido com vultosos cumulus, cumulonimbus ou stratus, que o tempo parece querer reagir, melhorando para que, no dia seguinte, o céu esteja totalmente limpo? Não é quando algo tá tão imundo, que a primeira reação ao vê-lo é limpá-lo totalmente?
Então, o que é Belo e o que é Feio? A resposta, talvez, nunca nos venha. Possivelmente, esse conceito seja falso, ou talvez sejamos simples demais pra entender tantas coisas. O que é certo é que meu amor é minha vida. E aqueles que amo nunca deixarão de serem amados, mesmo após de brigas, pois a compreensão e a paciência devem ser ainda treinadas por mim, ser errante nesse lugar ainda tão perigoso pra ser integralmente feliz.
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