Insidiosas tormentas
Horizonte estreitado pelas espessas nuvens
Loucura fria, vinda do anil inferno
Glória fugaz, que leva e trás
As certezas e incertezas dessas vidas
Vidas essas surgidas da ópera impetuosa
De um mar em fúria
Sobre o mar, fortes espasmos elétricos
Provindas da agitação de leves moléculas
Na água fervente e agitada, átomos se desencontrando
A desarmonia que se tornara vida
Vida simples, tão irracional, tão calma
O tempo, porém, passou
Surgiram seres maiores, tiranos de cérebro felino
Cujo poder se emanava pelos berros e seus dentes e garras
Trevas, entretanto, obscureceram a vida desses répteis
Aparentemente fortes, mas frágeis.
Vivia a Terra numa calma natural
Estado de igualdade selvagem
Nem parecia que o ser mais brutal
Daquele solo fértil brotaria
Dos símios surgiria
Esse ser, tão inteligente e tempestuoso
Como pensamentos tão racionais
Puderam se tornar tão irracionais?
Como o amor, a sintonia máxima entre dois seres
Pôde ser tão corrompido pela posse?
É o instinto do mar
É a ligação que tais criaturas têm com sua origem primeva
Que perdoe o mais nobre autor da frase que dizia:
"Do pó voltará aquele que da terra veio."
Mas agora, o mais correto seria
Que de volta ao mar suas crias devem retornar
Férreo Amor
Beleza essa que vejo da janela:
A luz esplendorosa do astro Rei
Ar tão puro, tão límpido, tão refrescante
Paisagem bonita, exuberante mata verde
Contrastando com o barulho da locomotiva
E você, ali do meu lado,
Bela que meus olhos marejava
Castanhos cabelos, pele perfeita
Olhos suaves, leve maquiagem
O cheiro da rosa dos seus poros exalando
Sangrando de deleite o ar que o absorvia
Lábios vermelhos carnudos,
Queria eu beijá-los,
Sorver a doçura do seu sorriso
Aprazer-me das curvas sinuosas de sua geometria
Passar minha mão por esse corpinho cálido
Sentir o ardor do abraço
Mais do que amor, fraternidade
Acariciar suas costas e seios,
Levemente queimados desse Sol
Quisera eu ter a sorte de falar com ela
Ouvir sua voz de veludo
Compreender toda aquela linguagem inteligente e voluptosa
"Acordai, homens, dos seus indecorosos sonhos!
Vê o pecado que cometem pensando em tais coisas
E andai para frente, avante!"
Ilusão a minha foi acreditar
Que havia alguém pra mim
Alguém tão formosa, mas tão distante
Enxergo o cinza das calçadas, o negro dos edifícios
E o verde-pálido das moitas
Cérebro imperfeito esse,
Não observa quão solitário
É o destino de seu usufrutuário.
A luz esplendorosa do astro Rei
Ar tão puro, tão límpido, tão refrescante
Paisagem bonita, exuberante mata verde
Contrastando com o barulho da locomotiva
E você, ali do meu lado,
Bela que meus olhos marejava
Castanhos cabelos, pele perfeita
Olhos suaves, leve maquiagem
O cheiro da rosa dos seus poros exalando
Sangrando de deleite o ar que o absorvia
Lábios vermelhos carnudos,
Queria eu beijá-los,
Sorver a doçura do seu sorriso
Aprazer-me das curvas sinuosas de sua geometria
Passar minha mão por esse corpinho cálido
Sentir o ardor do abraço
Mais do que amor, fraternidade
Acariciar suas costas e seios,
Levemente queimados desse Sol
Quisera eu ter a sorte de falar com ela
Ouvir sua voz de veludo
Compreender toda aquela linguagem inteligente e voluptosa
"Acordai, homens, dos seus indecorosos sonhos!
Vê o pecado que cometem pensando em tais coisas
E andai para frente, avante!"
Ilusão a minha foi acreditar
Que havia alguém pra mim
Alguém tão formosa, mas tão distante
Enxergo o cinza das calçadas, o negro dos edifícios
E o verde-pálido das moitas
Cérebro imperfeito esse,
Não observa quão solitário
É o destino de seu usufrutuário.