Falar sobre esses dois simples adjetivos, de fácil pronúncia e aparente clareza de significado, é na verdade bem difícil. Muitos curiosos, como eu, já tentaram fazer isso. O problema é que cada um definiu o bem e o mal de formas diferentes.
É fato que nós estamos habituados na visão de que os dois adjetivos são opostos entre si. Em uma sociedade como a nossa, em que a mídia, com os seus dramalhões diários que nós assistimos assiduamente, isso é absolutamente normal. Acontece que as novelas sempre têm a separação entre o bem e o mal. Não há meio-termo. É uma ideia tão repetida que já se incorporou ao nosso dia-a-dia.
Essa valorização da simetria entre bem e mal se justifica. Empresas ambiciosas, governos corruptos e igrejas que querem cada vez mais fieis se interessam em arraigar um rebanho para serem guiadas por um pastor. Fica claro que os protagonistas sempre são certos, nunca questionam a estrutura social, não sentem o universo que os cercam. Estão sempre se importando em cuidar desse mundinho humano, quase sem importância em comparação ao infinito Cosmos.
Os maus são sempre aqueles que transgridem as regras, sendo vistos como seres irracionais, egoístas, excêntricos, feios e outros adjetivos "ruins".
Vou organizar isso tudo numa metáfora. Imagine que nós sejamos um rebanho guiadas cegamente pelo pastor e pelas ovelhas mais velhas. Um lobo aproxima-se. Entretanto, em vez de matar as ovelhas mais novas, matam as mais velhas, tentando mostrá-las o seu caminho.
Levando para a realidade, não é preciso matar os dominantes; o que deve ficar claro é que nós devemos sobre a questão da nossa participação nos destinos da nossa sociedade e de nosso saber. É um absurdo a dogmatização da ciência, que é vista como superior e quase inalcançável, exceto para aqueles que possuem "altas capacidades". Nós fazemos parte dessa comunidade e, portanto, temos o direito de darmos nossas opiniões, independente se sejamos protagonistas ou antagonistas absolutos, o que é impossível, ou sermos um misto dos dois, nessa incrível estória que se chama vida.
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