É tão estranha a diferença de significados que pode haver em uma simples palavra no português. Com certeza, há algumas diferenças que acabam nem sendo notadas, mas que podem mudar todo o contexto da situação vivida. Um desses exemplos ocorrem com a palavra 'corrente'.
Aparentemente, ou seja, sempre que se vê, se toca ou se pesquisa uma corrente, vemos um monte de elos, que formam um equipamento, que parece não ter função. É esse o real significado da palavra, o qual foi construído pela nossa própria percepção física.
Entretanto, a função dada a esse instrumento, a essa aparente e simplória união aleatória de elos, até mesmo simples células abertas, torna-se tão diferente. transforma-se um instrumento de castração da liberdade individual, que impossibilita o Ser de certos movimentos. É um significado secundário, mas que, infelizmente, é o mais utilizado.
A partir dessa segunda concepção, a corrente pode deixar de ser mero instrumento concreto para metonimizar, numa relação de abstrativização, a dominação que nos é imposta. E, tenham certeza, essa exerce opulenta influência em nossos campos vitais.
Tudo começa com a posse. Esse sentimento que há séculos é objeto de discussão entre filósofos, economistas e sobretudo por pessoas comuns é o responsável por exercer a relação mestre e escravo. Exemplos disso se seguem desde a Idade Média até as grandes invenções informáticas. O que se verifica é um mascaramento da crueldade existente no sentimento de posse, quando se compara a escravidão e a servidão com a lógica computacional, que, em sua quase totalidade, continua a ser baseada na relação mestre-escravo.
Até mesmo na educação nós vemos isso. Pra que, então, jovens e crianças são muito estimuladas a estudarem exaustivamente, a tal modo, que chegam a esvair grande parte do seu tempo em atividade estéril? Quando esses crescerem, e forem altamente formados, poderão exercer cargos de chefia, dominando a todos os empregados, que antes puderam aproveitar melhor a vida.
Alguns dos jogos existentes hoje são baseados nessa relação de submissão, a qual pode chegar a pontos extremos. Poucos devem saber, mas uma moda britânica estabeleceu que, quando uma daquelas pulseirinhas coloridas, aparentemente inocentes, for estourada por outra pessoa, a que possuía a pulseira deve se submeter ao ato estabelecido pela cor da pulseira. A pulseira preta, por exemplo, se for estourada, determina que o submetido deve fazer sexo com aquele que estourou a pulseira.
Vamos pensar, só pra ter uma noção básica, no impacto que isso pode ter na juventude. Não causaria uma mudança do significado do Amor, que é a união que ocorre entre dois seres, para uma relação de dependência?
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