Sorriso Torto

Tenho tantos amigos
E alguns que não são tanto assim
Tantos choques, tantos desencontros
Andamos sozinhos, mas juntos
Mais juntos, menos sozinhos

Já vivi pouco
E quero mais!
Já (me) feri pouco
E quero menos
Se perfeição é defeito,
Nossa imperfeição é virtude

O que importa é ter meus pés
Para andar pra frente
Para pular com as vitórias
Pois eles são nosso segundo maior tesouro

Só ou mal-acompanhado
Ou até mesmo bem-acompanhado
O que eu quero é sorrir a vida
Porque o amanhã é futuro
E futuro é futuro!

Indifere Insensible

Elas nos usam
Não tem jeito, não há solução
Elas sempre nos escravizam

Ela dizia que tinha medo
Eu dizia: "confie em mim"
Mas era fugidia

A outra queria me agarrar à força
Como ficar com uma...gorda?!
Como ficar com alguém
Que usa usa shortinho jeans
Numa festa de gala?

Desperdício se ferir por algo fútil
Não vá, não faça isso com você mesmo
Não adianta, elas não amam mesmo

Eu digo que sim, ela que não
Ela diz que sim...não, não existe!

E mais uma vez ela escorre das minhas mãos
Sem que me tenha nela
Mas do que isso importa?

Monotonia daquela saudade

E, de repente
Vem aquela paz
Quando passo pelo Mergulhão
Mais uma garantia de que um dia
Nos veremos uma vez mais


Talvez (certamente)
Será mais de uma


Mas, da próxima vez,
Cada sinal, cada expressão
Cada sorriso seu
Será único e indescritível


Boa seja sempre a nossa amizade
Como me lembro, a cada dia mais,
Do seu sorriso.

Sentidos que não sentem

O som dessa cidade
Grita-me e sussurra-me
Aos ouvidos


Dizem que ficaria cego
Cego é aquele que não vê
E eu vejo a luz


Luz dos berros
Luz da cidade
Que é uma louca que ama ao contrário
E que às avessas
Me faz viver.

Um ponto flutuante

Estamos flutuando
Numa geleia de átomos
As cargas se opõem
E a distância horizontal dos pontos críticos
É mínima.

Deus, grande controlador desse
grande parque de diversões
Já pedi tanto para que Ele desacelerasse essa montanha russa
Mas ele continua
Ser contínuo
Para toda e qualquer variável

Já subimos e descemos
Descemos e subimos
Flutuando em meio
à uma quantidade de neutrinos
na ordem da trigésima potência de dez.

A vida é um laço
Laço laçando o tempo infinito
Subindo, descendo, descendo, subindo
Infexionando, deflexionando

A plasticidade, a plasticidade
De um espaço-tempo fluante
A eterna alegria
De levantar e cair
Cair e levantar
Cair e levantar

O Sal

"Veja, filho, o sal."

"E o que aquela montanha de sal tem demais?"

"O sal pode nos dar e tirar a vida. Pode trazer gosto ou deixar insosso. Pode ser base ou incremento. E não passa de um pó branco. Somos ricos em sal. Ricos, mas pobres. Pobres, por não sabermos da riqueza diante de nossos olhos."

Como fazer contas

Já se foi o tempo daquele menino já magro e agitado
Ele agora é mais magro, e tenta conter seu entusiasmo

Ele trabalha, se submete, labuta
mas não sabe como será o dia de amanhã.

Todos os dias nós nos matamos
Para vivermos de novo
E ele espera um dia, só um dia, pelo menos,
não se matar de noite

Os espelhos mostram o rosto de alguém que trabalha muito
E deveria trabalhar mais
vivemos para trabalhar ou trabalhamos para viver?

Ele descosturou sua dor
Numa série infinita de nós e laços
E depois integrou-os todos
Em alguém feliz, mas que trabalha.

Pode faltar reconhecimento,
quem irá ver o que está por detrás dos seus olhos vermelhos?

Ele tem metas, e mesmo ferido, irá cumpri-las

Sem metas um homem não é nada
Sem contas um mundo é nada
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