Indiferença

A maior praga humana
A morte de qualquer mortal
O silêncio dos humildes
A lama que inunda um espírito luminoso

Pobre aquela alma que lamenta
Na profundidade da sua ignorância pueril
Como, boba e tola menina, pudeste acreditar
Nos seus pés haveria um pedestal?

Mas a dor que sentes é a mesma que senti
Em dias menos quentes
Em tardes mais entediantes

Tempos imemoriais
Tempos em que os italiotas
Brincavam de ser gregos

Mas não sabiam da humanidade
Ela está mais além
de duas quartas e duas terças
E toda a sua teoria, toda a sua métrica
Foi lançada aos porcos
Tesouro inútil, enlamaçado na sua lama,
Minha madama
Prefiro escrever com essa mão limpa e alva
Amar-te e quebrar essas amarras do passado
Erga-te, levanta-te, anda:
Venha, dê as suas mãos lavadas em chorume
A esse ser indigno de atenção.

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Perdoem-me a demora, foi questão de inspiração. Baixei um álbum horrível do Gene Loves Jezebel, The House Of Dolls, mas isso é pra outro post. Feliz 2011, de acordo com suas interpretações.

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