Alegria, Alegria

Que entediante lugar
Observe o cinza no predominar
Das roupas, dos prédios, do chão,
Até dos jardins
Os bichos estão em tons de gris
Respire essa poeira de concreto
Esse barro tão mórbido,
Essa atmosfera pesada
A vida, veja como ela é
Relógios, horários
A criatura voltando contra o criador
Vida lúgubre, realidade insana
A loucura vira razão
Mas nem toda razão é loucura
Nscemos puros,
A escola lança-nos a Verdade
Entorpece-nos o trabalho
Rítmico, constante, mortal
Nos envenena a televisão
Com sua ditadura
Com seus folhetins sangrentos
Com sua apartada realidade
Vida se torna número
Número se torna inteligência
Inteligência se torna poder
Poder se torna consumismo
Consumismo se torna lixo
Lixo se torna terra
A terra cai, a morte reina
E a culpa, simplesmente a natureza a tem
Malditos fantoches que nos governam
Quem afinal será aquele que detém todo o poder?
Sem escapatória esse problema
Você vem e tem de encarar isso
Tem que ser humilhado
Tem que ser escarnecido
Tem que ser sobrevivente
Tem que ser servo
Tem que ser ignorante
Tem que ser um nada
Vida, que ilusão é essa,
De nos mostrar que tudo é perfeito,
Quando tudo não passa das ruínas?

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