Mar Bravio

Insidiosas tormentas
Horizonte estreitado pelas espessas nuvens
Loucura fria, vinda do anil inferno
Glória fugaz, que leva e trás
As certezas e incertezas dessas vidas
Vidas essas surgidas da ópera impetuosa
De um mar em fúria
Sobre o mar, fortes espasmos elétricos
Provindas da agitação de leves moléculas
Na água fervente e agitada, átomos se desencontrando
A desarmonia que se tornara vida
Vida simples, tão irracional, tão calma
O tempo, porém, passou
Surgiram seres maiores, tiranos de cérebro felino
Cujo poder se emanava pelos berros e seus dentes e garras
Trevas, entretanto, obscureceram a vida desses répteis
Aparentemente fortes, mas frágeis.
Vivia a Terra numa calma natural
Estado de igualdade selvagem
Nem parecia que o ser mais brutal
Daquele solo fértil brotaria
Dos símios surgiria
Esse ser, tão inteligente e tempestuoso
Como pensamentos tão racionais
Puderam se tornar tão irracionais?
Como o amor, a sintonia máxima entre dois seres
Pôde ser tão corrompido pela posse?
É o instinto do mar
É a ligação que tais criaturas têm com sua origem primeva
Que perdoe o mais nobre autor da frase que dizia:
"Do pó voltará aquele que da terra veio."
Mas agora, o mais correto seria
Que de volta ao mar suas crias devem retornar

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