Então É Natal

O ano tá terminando, e com ele vem uma festa especial. As lojas, shoppings, ruas e mercados ficam lotados de pessoas que procuram ferozmente por presentes. O objetivo é comprar o máximo possível, torrar o dinheiro instintivamente, tudo em procura de presentes, pra tentar conter a sua tristeza reprimida. O ser humano de hoje tá disposto a fazer tudo pra satisfazer seus pueris desejos de felicidade instantânea. A selvageria de uma sociedade aparentemente tão pacata e ponderada vem à tona, revelando a baixeza da existência humana, e toda a raiva contida durante um ano de supressões sociais. Esse é o Natal de hoje, escondido entre tradições aparentemente inexplicáveis, brigas, discussões, psicodramas e muitos presentes supérfluos.
Essa é a situação pronta, fechada. Mas certamente há a causa disso, a ethos responsável por toda essa situação sinistra e, ao mesmo tempo, dissimulada que, ultimamente, repete-se em todo fim de ano. Precisamos voltar uns cinco mil anos para ver esse porquê.
Nessa época, no Hemisfério Norte, ocorre o solstício de inverno, que marca o fim da colheita e o início do que era um rigoroso inverno, em que, obviamente, não se podia plantar muito. Logo, as tribos, inocentemente, colhiam todos os humildes produtos de suas roças e reuniam a família, ou seja, a tribo inteira, para poderem festejar a produção e agradecer ao amparo dado pela natureza nas suas atividades e subsistência. Não havia uma tradição, uma sanção nem uma obrigação. Era somente pelo prazer de reunir a genos, o que conhecemos hoje como família.
Mas aí surgem os romanos. Brotados do pó existencial de uma terra deserta de gente, e rica em natureza, surgiu a civilização que quase se tornou a mais tirana já conhecida nesse planeta. Sua própria gênese foi causada por uma lenda. Tudo começou por uma cidadela, que foi crescendo, se ampliando, dominando. Quando se aperceberam, construíram, por cima de sangue de gente livre e inocente, um Império. E todo Império deve ter o seu tirano, o seu Deus máximo, a quem todos os seus súditos devem honrá-lo, com oferendas advindas de sua produção. Assim, copiando as festanças das antigas tribos, os deuses-sol de sociedades subjugadas e acrescentando uma pitada da mais suja orgia, gula, luxúria e sede de sangue. Aí surge uma festa deturpada por mentes malignas e sedentas por subjugar o maior número de pessoas possíveis.
Porém, a antiga Roma, eterna por toda a sua maldade, sofria com a disputa ideológica entre várias religiões. Nesse contexto, aparece a figura de fanáticos e hipócritas romanos, que se aproveitaram da doutrina de amor puro proposta por Jesus, um judeu e mártir em uma sociedade que ainda hoje é dominada pelo fundamentalismo. Sua doutrina, levada até o centro do Império por aproveitadores ideológicos, foi totalmente transformada, tornando um carpinteiro de bem em um Senhor onipotente, capaz de subjugar a todos com um piscar de olhos. A partir daí, inventam a evidência de que esse enviado de Deus nasceu perto do solstício.E, assim, começam a comemorar a festa, ás escondidas. Após isso, se aproveitam de uma fraqueza do tirano romano, já em seu leito de morte, e o batizam. Com isso, emerge uma nova soberania.
Até há pouco tempo, éramos dominados por eles, que foram responsáveis por criar heróis, bruxos, vilões, fantasmas, lendas. E então, construíram mais sociedades, que cada vez se aproveitavam do que foi deixado pra trás das mais antigas civilizações. A festa, antes tão natural, era moldada de acordo com as necessidades das partes dominantes da sociedade.
Dentre essas sociedades, surge o que vemos hoje. Surgida também por lendas, como a antiga Roma, esse grupo é, com certeza absoluta, o mais tirano já visto por essas vistas tão frágeis. Ao contrário de seus ancestrais, eles estabeleceram, além de manter um exército fortemente armado e recrutado, uma doutrina baseada no consumo selvagem e desenfreado, baseado numa base frágil, composta de contradições, feitas por pessoas que possuíam os instintos prevalecendo sobre a razão e, por vezes, substituindo-a.
E então, voltamos ao início. Incrivelmente, não fiz essa viagem histórica à toa. Todo esse meu texto, até então, serviu pra mostrar a realidade, base obscurecida dessa festa que de tão cândida, tornou-se cruel. Por muito tempo, e por muitas gerações, vivemos desgraçados e cegos por esses sofismas sociais, que nos aprisionam a meras e idiotas tradições, as quais são extraídas de sociedades que mal conhecemos, considerando-as nossas. Basta desse instinto de posse, de domínio. Que poder é esse, que nem consegue controlar o nosso próprio ser? Busquemos a liberdade, através dos nossos próprios atos.
Não sou contra a festa, mas sim contra os motivos que se a comemora. Então, não devemos deixar de festejar com nossos amigos e parentes, mas também lembremo-nos de dar o muito que temos aos que nada possuem. Não tratemo-los como enjeitados, pobres coitados, dando as migalhas de nossas fartas ceias. Precisamos dá-los, sim, partes de nossas ceias, convidando-os à festa...
Entretanto, esqueço-me de que tais palavras, tão bem escritas, tão floreadas, mal podem sair desse apinhado de pixels, visto que ainda somos um tanto cegos e fracos com tudo o que tá à nossa frente. Enquanto não chegarmos lá, conformemo-nos com as guerras comerciais, e com nós mesmos sendo joguetes da mídia e dos megastores. Feliz Natal a todos!!!!!!!

Correntes

É tão estranha a diferença de significados que pode haver em uma simples palavra no português. Com certeza, há algumas diferenças que acabam nem sendo notadas, mas que podem mudar todo o contexto da situação vivida. Um desses exemplos ocorrem com a palavra 'corrente'.
Aparentemente, ou seja, sempre que se vê, se toca ou se pesquisa uma corrente, vemos um monte de elos, que formam um equipamento, que parece não ter função. É esse o real significado da palavra, o qual foi construído pela nossa própria percepção física.
Entretanto, a função dada a esse instrumento, a essa aparente e simplória união aleatória de elos, até mesmo simples células abertas, torna-se tão diferente. transforma-se um instrumento de castração da liberdade individual, que impossibilita o Ser de certos movimentos. É um significado secundário, mas que, infelizmente, é o mais utilizado.
A partir dessa segunda concepção, a corrente pode deixar de ser mero instrumento concreto para metonimizar, numa relação de abstrativização, a dominação que nos é imposta. E, tenham certeza, essa exerce opulenta influência em nossos campos vitais.
Tudo começa com a posse. Esse sentimento que há séculos é objeto de discussão entre filósofos, economistas e sobretudo por pessoas comuns é o responsável por exercer a relação mestre e escravo. Exemplos disso se seguem desde a Idade Média até as grandes invenções informáticas. O que se verifica é um mascaramento da crueldade existente no sentimento de posse, quando se compara a escravidão e a servidão com a lógica computacional, que, em sua quase totalidade, continua a ser baseada na relação mestre-escravo.
Até mesmo na educação nós vemos isso. Pra que, então, jovens e crianças são muito estimuladas a estudarem exaustivamente, a tal modo, que chegam a esvair grande parte do seu tempo em atividade estéril? Quando esses crescerem, e forem altamente formados, poderão exercer cargos de chefia, dominando a todos os empregados, que antes puderam aproveitar melhor a vida.
Alguns dos jogos existentes hoje são baseados nessa relação de submissão, a qual pode chegar a pontos extremos. Poucos devem saber, mas uma moda britânica estabeleceu que, quando uma daquelas pulseirinhas coloridas, aparentemente inocentes, for estourada por outra pessoa, a que possuía a pulseira deve se submeter ao ato estabelecido pela cor da pulseira. A pulseira preta, por exemplo, se for estourada, determina que o submetido deve fazer sexo com aquele que estourou a pulseira.
Vamos pensar, só pra ter uma noção básica, no impacto que isso pode ter na juventude. Não causaria uma mudança do significado do Amor, que é a união que ocorre entre dois seres, para uma relação de dependência?

O Espelho da Realidade

Agora, que finalmente consegui um tempo pra respirar melhor, pude ver e ouvir mais coisas exóticas online. Digo que são exóticas não somente pela esquisitice, mas sim pelo novo, por conseguir trazer à tona idéias e memórias que poderiam muito bem ficar afogadas pra benefício de poucos. Ainda bem que, hoje em dia, nós temos a Internet, a qual pode nos levar pro outro lado do mundo em um segundo.
Falando em Internet, consegui perceber que sempre procuramos meios que diminuam a distância entre dois pontos do mundo. O fictício Phileas Fogg, do livro de Júlio Verne, não estava nem um pouco errado, ao afirmar no final do século XIX, em plena "Belle Époque" européia, que o mundo havia diminuído. Tudo bem, aí pode-se ter o envolvimento de meios de transporte, mas por que não dizer que a Internet, o orkut, o twitter, o blogger, o facebook são meras ferramentas cujos objetivos são exatamente os mesmos dos trens, navios e aviões?
O objetivo lógico que também poderíamos evidenciar, com o passar dos anos, seria um maior conhecimento de mundo do povo em geral. Ninguém mais ficaria preso às suas origens. Aí chega a questão tão debatida filosoficamente, seja por Nietzsche, seja por Pessoa, de qual seria o fim dos costumes, das culturas. Talvez houvesse uma integração entre essas. Ou uma aglutinação das 'inferiores' pelas 'superiores'.
Infelizmente, vemos o advento da segunda resposta. Não defendo ações nacionalistas, até porque as interações saudáveis são necessárias pra uma renovação constante de nossa ethos. Não venho destacar a invasão estrangeira tão fracamente criticada pelos nossos mais ferrenhos nacionalistas, que preferem viver presos à cultura de quarenta anos atrás em vez de admitir que nossa cultura se tornou uma sucursal do "American Way of Life".
Aceito sim que alguns valores e costumes estadunidenses são aproveitáveis, mas outros, os piores, são passados repetitivamente, em benefício dos impérios culturais dos EUA, alienando a todos com seus princípios fúteis, perversos e destruidores da vida integral. Aprendemos a desconsiderar nossos pensamentos, a comermos para simplesmente agradar e saturar nossos sentidos da mais pura gordura hidrogenada e corantes e agrotóxicos suspeitos. Tudo deve ser cuidadosamente limpo e decorado. Pegamos emprestados costumes mediterrâneos e orientais por simples supertição, ou até mesmo sofisma. Exemplos, esses são vários. Porém, todos são trazidos por um único meio.
A Internet, a mesma que reduz distâncias e acaba com alienações, é aproveitada pra fazer outros alienados por aí. Tudo pra esconder a realidade. Um diz que todos devem ser perfeitos, brilhantes, irradiando a felicidade inalcançada. Outro diz que é inaceitável falar de coisas ruins, e atá tapa os seus próprios ouvidos ao começarem a falar do trágico.
Pra que se esconder do real, através do mesmo espelho que mostra a realidade nua e crua, ou seja, a Internet? Realidades foram feitas pra serem vistas e então, apreciadas ou passíveis de modificação. Mas nada é verdade absoluta, lembrem-se. Tudo é feito de tentativa e erro.

O Momento em que o Tempo vai Parar

Parece complicado definir tempo, mas na verdade é mais fácil do que nunca. A tarefa torna-se mais difícil porque nós mesmos somos dominados pelas nossas próprias criaturas. Porém, partindo para o principal assunto até agora, tempo é somente um ritmo criado por nós para reger a fantasia em que a nossa vida se torna a cada dia. Deveria ser mais musical, mas muitas vezes tem um ritmo repetitivo, tipo aquelas músicas adoráveis que a gente ouve nas melhores rádios brasileiras.
Historicamente, o homem sempre quis definir um fim pra sua própria saga. Não que isso um dia deixasse de acontecer, é claro. Entretanto, o que mais surpreende são os modos estapafúrdios e tolos de se fazer isso. Algo que até Wagner, Shakespeare e outros dramaturgos ririam, ante à imensa pretensão em mostrar o homem como ser pueril.
No ano de 2009, esteve em voga os filmes que seguem todo modelo criticado acima. Alguns realmente podem mostrar possíveis causas e realidades capazes de nos destruir de uma vez por todas. O último, porém, atingiu todos os patamares do exagero e do erro existentes até então. Não ficaria legal, com certeza, citar nomes, atores, diretores, ou coisas do tipo, até porque muitos podem supor que filme é esse.
Previsões não devem ser deixadas de lado, certamente. Algum grau de certeza elas devem ter. Ninguém pode, simplesmente tirar uma verdade do bolso, como se tira uma moeda. Mas supor um acontecimento que nos é distante já é demais. Entendam, não digo que a reação física envolvendo neutrinos, partículas subatômicas, seja impossível, porém é algo que nunca se verificou. Realmente, ocorrem movimentos astronômicos suspeitos, como explosões solares várias vezes acima da normal, além de possíveis mudanças no campo gravitacional ou na revolução terrestre.
Porém, há parcela de culpa dos seres humanos. Seríamos, então, destruídos pelo simples devir da natureza. Aliás, o que viria a ser natureza? Um ser capaz de nos considerar brinquedinhos a ponto de nos destruir a hora que quiser? Hoje, cita-se muito fenômenos que, somente aqui, à nossa volta, já ocorrem com toda a força. Chuvas, tempestades, ciclones, enchentes, deslizamentos de morro acontecem, mas nunca foi a uma frequência dessas. Devemos, é claro, compreender que entre a humanidade e a atmosfera possuem uma relação de dependência extrema, que poucos imaginam haver. Logo, pode-se atribuir grande parte desses fenômenos à nossas próprias ações quotidianas.
Parece fácil pra algum diretor hollywoodiano citar uma leve mudança no magnetismo terrestre como causador da catástrofes das catástrofes, pois é mais vendível. As pessoas, provavelmente, preferem ver uma destruição parcial, em que alguns poucos herois sobrevivam e tenham um final feliz a assitir a um massacre humanitário, em que tudo o que construímos ao longo de cem mil anos de história e desrespeito ao próximo e ao meio de sobrevivência vai pros ares em meio segundo.
Entretanto, mentiras contadas como verdade nunca serão verdade, assim como verdades vistas como irreais jamais serão ilusões. Conscientizar é muito importante, mas basta que se lembre que esse processo só tem sua real eficiência quando se segue o caminho da verdade factual.

O Crime que Compensa

Esse post, tenham certeza, é especialmente dedicado aos que sofrem um vazio existencial tamanho, que necessitam sugar as esperanças e as alegrias de alguém que nada tem a ver com isso. Com os jovens, isso se chama bullying, e me tem feito perder toda cor que há em minha vida, sofrendo como vítima desse sistema feito pra rebaixar-nos e excluir-nos.
Aos que já não têm absolutamente nada pra fazer, quando os vocalóides desclassificados e irreais, as histórias pavoneantes e fantasiosas e os vestidos altamente costurados pra um simples desfile já cansaram, já enjoaram. Aos que sempre tentam buscar fugas de aluguel na primeira lorota que encontram. Aos que precisam invejar pra se sentirem tão poderosos, mesmo que com um poderzinho de merda. Aos que se acham cool por terem tudo e mais um pouco, enquanto os miseráveis nada têm. Aos que defendem bandeiras honestas, mas que as transformam em simples sofismas comerciais. Aqui tá uma sugestão de aventura. Garanto, com certeza, que a reação em nada é forte. Você sempre terá razão, será sempre a frágil e inocente pessoa. Um jovem que precisa se divertir. Aliás, são coisas da idade, não é mesmo?
Em primeiro, escolha um panaca. Pode ser qualquer um, principalmente aquele que você mais odeia. Talvez simplesmente por odiar. Ódio gratuito sempre apimenta mais a tragédia. Esteja certo de que ele sempre será o culpado. Com certeza, ele deve ser culpado até mesmo da própria existência, a qual traz um rastro de luz, talvez. O ódio é um bichinho. Você deve alimentá-lo sempre que possível. Leve-o pra passear. Um pouco de ar fresco não faz mal a ninguém, nem mesmo a um sentimento.
Crie uma situação. Isso é de suma importância. Invente a sua trama enveredada nos negros caminhos da mentira, da intriga e da raiva. escolha um momento. Uma paisagem, talvez. Admire o seu novo Império, a sua fonte de vida feliz. Comece a espalhar. Os amigos, muitas vezes, adoram uma fofoca pra animar mais um pouco o triste dia rotinado pelo soar do relógio.
Após isso, divulgue a intriga num lugar beeem público, onde todos, ou quase, possam ver e reconhecer toda a cena. Ria, pule de alegria. O delito tá feito, não mais há retorno. Esse é o crime perfeito. Sem esquemão, sem propina, sem compra de testemunhas. Esqueça-se disso! Conte apenas com a morosidade do sistema, a importância dada ao problema e o seu olhar angelical de ninfas à beira-mar. E aí, quanto tempo vai durar sua felicidade?

Vanitas - Parte 2

Interrompido pelo temporal lindo e repleto de relâmpagos e, além disso, do apertado horário, tive que interromper a última postagem, às pressas. Volto, pois, pra voltar a refletir e postar sobre o que é temporário e o que nos é importante. Falava sobre a vida, quando comecei a falar sobre as minhas idéias e os seus possíveis efeitos ou não-efeitos.
Idéias são sim importantes, mas pra mim, principalmente. Cabe a minha pessoa a imensa responsabilidade de abolir possíveis pensamentos, incorporar outros, modificá-los. Enfim, é o que nos torna humanos: a incrível capacidade do discernir, seja ele bom ou ruim. Mas, numa visão mais ampla, quem sabe considerando-se uma sociedade, tudo é mais complicado. Uma cabeça já é difícil de se entender, pode mudar, explodir-se ou recriar-se em um só instante. Numa sociedade, onde há várias cabeças funcionando juntas, o que pode acontecer é um Apocalipse de mudanças, revoluções e conservadorismos. Na verdade, qualquer que seja o grupo, ele só terá o poder total para si se ele acreditar na força que tem.
Aí surge mais um vanitas: a força. Não adianta definições mais e mais "científicas", simplesmente é impossível chegar e perceber a força, quando a percebemos, seu efeito já passou, de tão passageira que é. Passa rápido, por exemplo, a raiva, o ciclone, o amor, o paladar e o olfato. Todos esses são como batidas do coração: são ímpetos e sua pulsação se faz sentir em todo o organismo.
Suas consequências podem ser, sim, duráveis. Talvez até pra todo o resto dessa vida. O que uma simples palavra não pode fazer. Ela simplesmente constroi ou destroi histórias felizes ou tristes. O que há de mais durável em nossas vidas não são as sensações, mas sim as suas marcas, as suas cicatrizes. E uma vez feitas, será difícil o seu esquecimento. É claro, há o perdão, esse ato de amor e compaixão para com aquele que nos fere. Porém, a desconfiança se segue. Além do mais, ainda não sabemos perdoar direito. Ainda nos damos o poder de julgar os outros, à nossa maneira. É o que nos resta dessa nossa auto-divindade, o orgulho esquecido que nos tornou o que somos hoje. Acreditamos num mundo mau, e ele se fez assim pelas nossas próprias mãos. Provavelmente esse é o maior erro da humanidade e é o que mais nos marcou e que ainda vai nos marcar demasiadamente.

Vanitas

Finalmente consegui uma brecha para aqui mais uma vez escrever. Desde a última postagem, que achei bastante impactuante sobre mim mesmo, fiquei pensando e surgiu a palavra que tá no título desse post. A partir dessa simples palavra, esquisita para nossos ouvidos acostumados ou ao latim dos tugúrios, bruto e insolente, que se tornou o que conhecemos como língua portuguesa, ou ao inglês, que representa a praticidade e dinamismo anglo-saxão.
Sem mais enrolar, vanitas vem do latim clássico, original (assim espero eu), e abrange tudo o que seja passageiro, aquilo que é temporário. Descobri essa palavra, incrivelmente, num trabalho de português. O tema era o Barroco, exemplificado num quadro, 'As Vaidades da Vida Humana', de um holandês qualquer. Não me interessa, entretanto, sobre o que quadro fala. Mesmo concordando com algumas coisas retratadas, discordo totalmente de outras. Se você, leitor, não conseguiu fazer a analogia, o exercício afirmava que, etimologicamente, vaidade surgiu de vanitas.
Deixemos de falar de etimologia. Refleti bastante sobre a minha vida; às vezes, é preciso arrumar a mente: ver o que deve ficar e o que deve ser descartado. A conclusão foi incrível. Talvez esteja errado por misturar teorias tão contrárias, que aparentam se excluir. Mas sei que não pode haver uma destruição, tudo se reconstrói. Essa foi a minha conclusão básica. Sei também que tantos já falaram isso, como Lavoisier, Einstein e uma centena de filósofos. Entendam, não plagio ninguém, aliás, nem preciso disso. Prefiro somente construir o prédio da sofia (saber, conhecimento) à minha forma. Bem melhor do que decorar num dos livros de falsa bruxaria que nós, alunos, somos obrigados a trabalhar todos os anos.
A vida, como todos sabemos, esvai-se. É como a areia fina e praiana, que nossas mãos pegam e cujos grãos escapam-nos, até a brisa marítima levá-la por completo. Surpreendo-me com o medo das pessoas de morrer. Eu mesmo já o tive. Muitos devem pensar que não valorizo a vida, mas, pelo contrário, tento aproveitá-la. Acho que o que ocorre é uma deturpação do sentido de vida. Aproveitam-na como se fosse única, e têm forte apego por ela. Saindo do debate religioso, sabemos que há tempos espalham a profecia da tragédia de 2012. Até a mídia se aproveita disso, com a proximidade do evento. Criam-se filmes, documentários, seitas, rezas, tudo para evitar o pior. Muitos têm medo de perder a vida e de que a humanidade se extinga. e daí? Tantas outras espécies, mais fortes, mais resistentes, talvez mais inteligentes, já passaram por aqui. Foram derrocadas. Não vemos nenhum dinossauro. Mas não quer dizer que tenham sido destruídos. Simplesmente se tornaram outras coisas. Provavelmente, suas almas puderam se melhorar. E se a destruição vier? Ela não existirá conosco, será apenas uma reconstrução. Talvez, não caiba a nós evitá-lo.
Minhas idéias, por exemplo, sei que são temporárias. Em mim, sei que poderão vir a serem abandonadas, mas também vejo que não sumirão da minha cabeça. Se um vierem a fazer sucesso, podem mudar nossos rumos. Mas bem sei, que acontecendo ou não isso, elas um dia serão levadas à fogueira. Outros podem se aproveitar das minhas idéias, construir por sobre elas uma nova edificação do saber. Ou criticá-las, considerá-las o opróbrio...é muito que tenho a escrever, mas o tempo me escapa e um forte temporal nos afeta. Talvez, deverá haver um novo vanitas. Até logo.

A Verdade Ignorada

Numa época em que o fluxo de pensamentos é tão grande, como essa que eu passo, fácil é pensar. Entretanto, é uma tarefa bem mais trabalhosa organizar o pensamento, transferi-lo para o papel, digo, para o blog e terminar nesses textos que faço. Tal ofício tem revelado muito do meu desconhecido, ou seja o nome que os 'profissionais' preferem designar para o inconsciente do ego.
Mas o principal assunto que eu encontrei para debater hoje, além do tempo infernal que faz aqui nessa maravilhosa cidade (38ºC de sensação térmica à meia-sombra!), foi a hipocrisia dos nossos representantes políticos. Qualquer um que acompanha jornal, televisão, ou outro meio de comunicação, sabe que em se tratando de política moderna, quanto mais se investiga, mais merda é encontrada. Porém, esse último caso ultrapassou todos os limites e escrúpulos que ainda nos sobraram.
É incrível a propaganda feita pelo governador e prefeito do Rio de Janeiro, que por sinal, são do mesmo partido. Todos hão de concordar que, em ambas as eleições, a propaganda desses nossos amados políticos foi super produzida, tentando mostrá-los como a esperança do povo pobre do Rio de Janeiro, insultando os outros candidatos como 'Representantes da Zona Sul e adjacências de alto luxo'. Convencida, a maioria votou nesses candidatos.
Ao entrar, medidas e planos faraônicos. 'Estabeleçamos a Ordem na cidade!' Mas o que vem a ser ordem? Para mim, toda essa reforma parece simplesmente remover pobres coitados viciados e moradores de rua (nessa ordem confusa mesmo), com programas de assistência deficitários, com índices de ressocialização baixíssimos. Que adianta tirar o camelô, que simplesmente revende produtos baratos e piratas, mas não garantir o pão de cada dia desses homens pobres? Com certeza, é muito mais fácil para esses governantes trocarem o comércio popular pelo Shopping Center, coisa essa, aliás, bastante antiga. Basta que se lembre de Pereira Passos, o homem que construiu a Paris dos trópicos tornando ex-escravos em sem-tetos e/ou favelados.
Isso sem comentar da política da Segurança pública. 'Matar e depois perguntar': voltamos à Idade Média nos direitos humanos, tenham certeza. E que queimem os novos magos, desde que não seja no nosso Sagrado Estado, que fiquem em presídios de Segurança Máxima (pra crianças de até 5 anos). Há um estado inscrito em outro Estado, em que esse tenta destruir aquele. E a vítima é o homem normal, que pode deparar-se com o Ceifador na próxima esquina.
Com certeza sem mais nenhuma criatividade para criar projetos de 'ajuda' ao povo, elaboraram o projeto mais mirabolante para ludibriá-lo: por que não trazer a Olimpíada pro Rio de Janeiro?
Talvez como já fosse esperado, fomos louvados com essa glória: receber o mundo pra competições desportivas. Uma grande festa foi armada, criou-se um feriado para isso, fazendo sofrer o trabalhador e o estudante que nada tinham a ver com isso. O povo foi à praia, onde houve uma grande parada regada à samba, remetendo implicitamente ao fascismo e totalitarismo.
Terminada a festa, divulgaram os projetos e planos para bem receber o estrangeiro. Curioso é que todos se localizavam em áreas nobres da cidade: regatas em Botafogo, corridas e jogos no complexo do Maracanã, esporte nobres na região da Barra da Tijuca...o limite máximo foi Deodoro. A dúvida é: será que aí acaba a cidade do Rio de Janeiro? Estranhamente, esqueceram-se das ruas suburbanas, da Zona Oeste e da Zona Norte. Vemos quão bonitas são as áreas escolhidas, mas por que não mostrar a realidade?
Foi aí que a filosofia do governo se mostrou da forma mais clara que poderia ser. A violência é o veneno que corrói o Rio. Traficantes, facções, guerras, tragédias...a história toda, já a conhecemos de cor e salteado. O policiamento comunitário é sim, uma solução para tal problema. Porém, já perceberam como esse modelo é melhor em comunidades das áreas nobres, as que mais contrastam com o luxo e opulência da cidade? Lembro-me, que há algum tempo, quando foi perguntado sobre isso, o Secretário de Segurança Pública assim respondeu: 'Há, sim, o que defender no Santa Marta; mas no Batan, nada há para cuidar.' Devemos lembrar que o Santa Marta fica em Botafogo, perto de muitos prédios de alta qualidade, onde as pessoas são felizes como nas novelas do Manoel Carlos. Já o Batan tá localizado bem no meio de Realengo, na Zona Oeste, a 33Km do centro do Rio e da atenção do poder público, onde a maioria dos jovens estudam em péssimas escolas públicas, mantidas pelo Estado e Município, e cujos pais ou são desempregados, ou se deslocam todo dia pra Zona Sul/Centro.
O cúmulo de tudo isso se deu em Brasília, na última quinta, quando o mesmo Secretário falou o seguinte sobre a violência da cidade: 'O Rio não é violento.' Hoje, sexta, ele tentou se retratar, dizendo que tem perfeita noção da violência no Rio.
Aproveito tudo isso, escrito talvez tão desorganizadamente em linhas certas, para perguntar a todos que tenham noção do grau de violência na cidade do Rio se já foram assaltados, se já se encontraram em meio ao tiroteio ou se já tiveram algum parente morto por esse ciclo violento. Caso não respondam a nenhuma dessas, tentem sentir, mesmo que de longe, o sentimento de pessoas assoladas por tudo isso.

Amor e Saber

Cada vez mais que me aprofundo na vida acadêmica, vejo quão irracionais parecem ser algumas das regras que são comumente seguidas por esse grupo de pessoas, o qual, ironicamente, sempre tende a se considerar senhor do saber. Percebo que eu mesmo sigo essa tendência atroz. Quando me notei assim, a graça e a desgraça se uniram em mim mesmo, talvez por ver que, por mais que tentemos vencer o sentido mais selvagem e primitivo do homem, esse quase sempre acaba por nos vencer. A vitória desses instintos vem de forma mais humilhante que o simples combate físico, porque muitas vezes nem me noto nessa situação.
Uma dessas grandes contradições que vejo é a de precisar de um diploma para saber pensar bem. Todos sabem a dificuldade, talvez até muito exagerada, de se tornar filósofo. Cinco ou seis longos anos de faculdade, aprendendo, em longas aulas, sobre todas as correntes e teorias. A mesma coisa ocorre em outras ciências, em maior ou menor intensidade. Ao fim, é preciso escrever uma monografia, dissertando sobre um aspecto, para então finalmente ganhar o diploma.
Até aí, nenhum problema. Aliás, todos merecem isso. Ou não? Será que uma folha de papel especial e letras garranchosas, frutos das últimas lascas de amor à caligrafia, tem todo esse poder de simplesmente recompensar anos de estudo?
Muitos pensam que amor é ter. Quem sabe, isso não seja a causa do fim de vários relacionamentos românticos hoje em dia? O que concluí, foi que amar é saber. Logo, talvez não seja de muita valia ficar anos numa faculdade para dizer que sabe de alguma coisa. Basta somente o simples amor a um determinado assunto. Só assim, é possível uma maior dedicação de quem tá aprendendo.
Voltando ao exemplo da filosofia, por mais que tantos estejam sempre convencendo a capacidade de nós, meros mortais, não temos de pensar, estou plenamente convencido que não só eu, mas também como todos nós, somos capazes de filosofar, não importa da forma nem do assunto que seja. Sempre teremos nossa parcela de contribuição na evolução moral desse mundo.

Consciência Numérica

Seria algo inenarrável dizer o quanto se produz quando nada se faz. Essa capacidade tá sendo cada vez mais sendo descoberta por mim nesse dia-a-dia. Também, nessa época, há muitos feriados e eventos que tiram um pouco o (grande) peso que há nas minhas costas, literalmente. O ócio, mesmo tendo um lado ruim, o qual é tão depreciado na atual sociedade, tem a vantagem de nos mostrar os nossos erros cotidianos e refletir sobre eles. Lógico, é preciso ter bastante disposição para tanto, já que muitas vezes o trabalho mental exige muito mais do que o braçal, tão vistos nas revistas e programas televisivos, mostrando corpos saudáveis. Pobre faixada da triste alma humana, oprimida pelo seu próprio rebanho.
Percebi que o mais importante, na sociedade de hoje, não é a ocupação que se tem, ainda que pareça se dar demasiado valor a essa. Fazendo isso, acabamos por pegar o fato, de forma crua e selvagem, tal qual um diamante incrustado no mais puro e sujo cascalho. A causa principal desse fato é o valor dado aos números.
O que muitos consideram como verdade é que os números constroem a realidade concreta. Seriam eles os capazes por criar o mundo e a realidade tal qual os vemos e enxergamos. É lógico que, o ensino atual, baseado nessa filosofia, influencia nisso, com seus problemas meramente quantitativos. Em consequência direta disso, somos quase sempre reconhecidos por números. Prova disso é que existe o CPF, o RG, o número de chamada escolar, a inscrição no clube, a senha da conta bancária, entre outros tantos exemplos retirados dessa nossa realidade sufocante.
Perceba que, na verdade, tudo se dá na forma contrária. Agora, as cortinas desse grande espetáculo se abrem, amigos. Números são simplórias exibições da nossa realidade, um mísero código feito para obedecer às nossas próprias ordens, feitos justamente para permitir um maior enlouquecimento da nossa parte, não para que viremos os 'caretas' dessa hipócrita vida que tá se formando. Logo, os números não têm a mínima capacidade de dominar as nossas vidas.
Vejamos, pois, as formas com a qual apresentamos o conhecimento, seja nos filmes, nos documentários, nas conversas do cotidiano. Que assim possamos, finalmente, após de séculos de atraso, ver o poder que a natureza, não os números, possuem sobre a realidade concreta e abstrata.

Ritmo Repetitivo

"Mais uma vez aqui depois de vários dias ocupado": essa frase tornou-se clichê nesse blog. Não sei o porquê disso. Acabou virando hábito, talvez uma desculpa pelo tempo de ausência, pela falta de criatividade, pelas tristezas e pelas alegrias impossíveis de se designar. Hoje, voltando para casa, pronto pra mais um feriado em uma única semana - coisa comum num país chamado Brasil -, pensei nesse meu hábito. Vi e revi as minhas ideologias e comparei com essa frase. Percebi, finalmente, que me metendo nessa terrível vida de desculpas esfarrapadas promovidas por essa sociedade hipócrita em que vivemos.
Como poderia eu, contrário às tendências que tanto nos fazem infelizes, em que nós somos conscientes dessa tristeza e fazemos porcaria nenhuma, reproduzir um simples fragmento que seja, umas nove palavras, dezessete sílabas e algumas muitas vogais, desse pensamento insosso e retrógrado, tão contra a minha forma de viver e enxergar a vida? A resposta é simples: é o rumo que nossas vidas levam, a partir da minha idade.
Pra ter noção, eu tive três semanas, de segunda a sábado, com provas, cada uma com suas características e peculiaridades. E por que eu e outros colegas meus dão tanta importância pra isso? Só pra mostrar e provar que eu aprendi ou para simplesmente acumular pontos? Para mim, a última pergunta só tem uma resposta, respondida como se fosse uma 'prova': SIM pra ambas as assertivas.
Talvez essa minha conclusão seja resposta para a 'depressão' comum em alguns anos nas férias, ou seja, aquela ansiedade louca para voltar às aulas. Isso é só uma reação de falta completa de objetivos na vida durante as férias. A cada ano, temos mais e mais trabalhos, com os métodos mais difíceis e impossíveis de concluí-los. Acabamos nos acostumando a essa rotina maluca e suicida.
É hora, então, de responder: qual é a causa que nos faz lutar pela sobrevivência: aprimorar a nossa moral, dependendo da cultura em que vivemos, ou simplesmente trabalhar incessantemente, durante oito, dez, doze horas, para simplesmente acumular riquezas? Saibam de uma coisa: seja qual for a fé, nós nunca, após a morte, levaremos nossas riquezas; traremos conosco somente a bagagem intelectual, incluindo conhecimento de mundo, ética e respeito para com os outros. Logo, a primeira alternativa parece ser a melhor para definir a nossa humilde existência.
Sabem aquelas correias que correm indefinidamente por enferrujadas roldanas de máquinas industriais e enferrujadas? Essas somos nós mesmos, acostumados a essa mesquinha rotina, sem nunca poder fazer nada que seja da nossa vontade. E assim, continuaremos a rodar pelas roldanas, até nos esticarmos e de repente, sem qualquer sina evidente, rompemos, desperdiçando uma vida toda de felicidades.

Rodamoinho da Vida

Depois de muito, mas muito tempo mesmo sem poder entrar, seja por causa da cruel rotina que tanto uso como desculpa, seja por causa dos problemas de merda do meu amado PC, vim aqui falar de algo tão inconstante e inconsciente: o mundo que nos cerca.
Tem gente que diz que tudo é igual, não existem sensações, tudo é branco: vazio, imaterial, não-afetivo. Essa realidade tem sim um quê de veracidade, mas não explica direito a vida, a essência, os objetivos da vida humana. As imagens nada são além de imitações da essência, sendo imprestáveis de valor. Para essas pessoas, todos são essencialmente iguais. Mas há grandes dúvidas. Como dizer que eu sou qualitativamente igual a um japonês, por exemplo? Nós dois, que tão diferentes somos, nas emoções, opiniões, modos de vida. Como seremos iguais com tudo isso? E o que é bom e ruim? Como se determina essas duas características bastante opostas?
Parecem dúvidas, eu concordo. Muitos falam que é besteira demorar dias divagando sobre a existência, entretanto é isso que pode fazer toda a diferença do mundo. A condição essencial da inteligência humana não é a força, a intelectualidade ou o controle sobre seus instintos tão selvagens. Sabemos que ambos são mentiras, faixadas da vida humana. Nenhum deles foi supremo sobre o homem. Ele sempre chegou a um momento de bestialidade, burrice ou fraqueza. O nosso poder de reflexão deve-se tão-somente à nossa capacidade de filosofar, seja qual pensamento for. Talvez tenha sido essa a causa da maior parte dos nossos males. Ou não. A dúvida é nossa constante seguidora. desafia-nos, faz-nos errar ao máximo, até acertarmos. O que seria da vida humana sem dificuldades? Como deveríamos ter nos sofisticado tecnologicamente, se não existissem o frio, os predadores, os venenos naturais?
Outros dizem, que a vida depende também da experiência sensorial. Tudo é relativo, muda-se rapidamente. Mas o problema principal é dizer que tudo muda radicalmente e num ritmo alucinado. Seria possível um homem se mudar por completo em um mísero segundo de tempo? As mudanças, sim, elas existem, mas com certeza são de alguma forma, predeterminadas, planejadas. Seria irracional por parte do homem fazer algo inesperadamente, pois é disso que ele sempre tenta se livrar: de instintos dignos dos animais. Não que esses sejam inferiores que nós, claro que não, aliás muitos humanos agem como eles.
Numa vida em que se tem tantas coisas a escolher, eu prefiro mostrar a minha visão sobre o mundo que vejo. Sim, tudo é relativo, mas nem tudo se baseia na matéria. Uma mudança em mim pode demorar meses e até anos, mas a vida será designada de forma semelhante por mim durante ainda muito tempo, se eu perceber que tudo o que eu pensei nunca passou de simples ilusões. A vida pode ser ilusão, sim, mas como comparar-me a alguém alienado? Minha vida é tão física que chega a ser efêmera. Não vivemos mais do que 100 anos e uns quebradinhos. Vida é alegria e tristeza, mas não é ficção. Ninguém é total vilão, nem mocinho inocente e incauto. Somos bons sim, mas também infelizmente maus. E entre erros e acertos construímos a grande obra-prima que é a vida, esse segredo individual que tanto estou espalhando aqui.

O Valor da Vida

Após umas duas semanas longe do blog, talvez por falta de tempo, ou por causa da minha instantânea falta de criatividade, volto aqui pra falar de algo desconfortável, mas tão evidente no nosso cotidiano que chega a ser quase normal falar disso. As pessoas quase não dão importância pra esse tipo de fato, talvez por indiferença ou por total pessimismo.
Na última sexta feira, 04/09, decidi sair mais cedo da aula. Na realidade, eu nem deveria ter ido, por somente ter uma aula, que se daria no último tempo. Porém, a esperança em conseguir adiantar essa aula me fez ficar esperando. Às duas horas, quando finalmente a professora decidiu aparecer, ela se negou a adiantar o tempo. Não a culpo, pois não seria ético de sua parte fazê-lo. Quis admitir o meu erro e fui embora. Iria ter uma aula de Educação Física, mas sem material não faria nada mesmo. Minha mãe me esperava e eu iria ao seu encontro.
Mas foi aí que ocorreu o fato. Não esperando uma passarela vazia e, portanto, perigosa, fui à estação. Só que no meio do caminho uma pobre alma veio me perguntar as horas. Eu respondi, como faria com qualquer um. Assim veio o choque. Depois disso, ele "gentilmente" pediu o celular. O que mais poderia fazer, a não ser entregar o que ele me pedia?
O desespero tomou conta de mim, não pela perda do objeto celular. Se eu me sentisse assim, seria materialista. Um celular, hoje em dia, é como se fosse o pão nosso de cada dia. estava preocupado em como me comunicar com minha mãe, agora sem celular. Mas deu tudo certo. Depois da ajuda dos seguranças da estação, a quem agradeço muito, consegui me encontrar com minha mãe, em segurança.
A narrativa, porém, é estéril ante as discussões que se pode fazer sobre essa situação. Quantos de nós não somos assaltados, pelo menos uma vez na vida? E por que isso é causado? Talvez pela nossa indiferença àqueles que vivem à margem da sociedade, o que acaba sendo um horror generalizado a esse tipo de pessoas. Sabemos que a atenção dos nossos políticos, a qual já é insuficiente pra nós mesmos, é nula para esses segregados.
Mas isso não é o mais importante. A lição que mais valeu a pena foi a diferença clássica entre a importância do material e do essencial. Como já foi dito, o material é tão temporário que, a nós, humanos, só cabe o usufruto. O material apodrece, é facilmente perdido, logo, é de baixo valor afetivo. O essencial, como a vida, é inegociável. Não há como ser simplesmente levá-la. Tudo bem, pode-se cessá-la com um simples tiro, ou com um veneno. Entretanto, de tão importante que é, a essência não tem posse.

Bastidores da Produção de Energia Nuclear no Brasil

Hoje, sábado 22 de Agosto, o Greenpeace, especializado na defesa do meio ambiente e em seu uso sustentável para o bem comum, fez um protesto em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador contra a prioridade dada pelo governo à energia nuclear. Foi um protesto bastante interessante, pela simulação de um acidente bem comum às áreas próxima a uma usina nuclear.
Podemos dizer que, hoje em dia, as técnicas em proteção e segurança de substãncias radioativas tá bem melhor do que há vinte anos atrás. Entretanto, não se pode esquecer, por exemplo, o acidente em Chernobyl e na área central de Goiânia, ambas no final dos anos 80. É claro e óbvio que tais acidentes foram consequênica de governos corruptos e em profunda decadência, devido a variados fatores, sejam eles sociais, econômicos ou científicos. o fato é que essas substâncias são prejudiciais à saúde humana, visto que a exposição desses materiais, a longo prazo, causa cânceres inesperados e quase sempre irrecuperáveis. Por isso, antes de apoiarmos ou instalarmos projetos de geração de energia via fissão/fusão nuclear, devemos nos lembrar, por exemplo, das pessoas que morrem de contaminação, sem contar dos prejuízos climáticos em larga escala.
Conta-se que, com o trágico acidente em Chernobyl, uma corrente de ventos carregou uma nuvem, literalmente feita de iodo e césio radioativo, a qual se espalhou por toda a Europa central, sendo responsável pela degradação do pouco que restou das florestas temperadas européias, por meio de chuvas ácidas que perduram até os dias atuais.
Vale ressaltar que, com a falta de vegetação nativa, o clima europeu tá sofrendo diversas modificações, cujo produto final é imprevisível.
Voltemos ao Brasil. As usinas nucleares de Angra, que demoraram anos e custaram milhões aos cofres públicos, produzindo uma parcela ínfima na produção total de energia no país, podem ser responsáveis, a qualquer momento, pela devastação de uma das únicas áreas remanescentes de Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro, poluindo cursos d'água locais, que por sua vez podem poluir a atmosfera, carregando substâncias altamente corrosivas a toda região litorânea do estado, o que pode afetar diretamente a vegetação e a população fluminense.
Além disso, os países mais avançados nessa tecnologia são de pequena extensão, onde a energia produzida pelas usinas nucleares é melhor ditribuída. O Brasil, por sua vez, é o quinto maior país do mundo, e o quarto em terras contínuas. Assim, o uso de energia nuclear no Brasil é como se fosse alternativa. Porém, o uso dessa fonte de energia não pode ser simplesmente alternativa. Os equipamentos usados no Brasil são de segunda mão, com tecnologia atrasada para os países mais desenvolvidos, os quais ganham dinheiro e benefícios com a exportação dessa tecnologia.
É preciso, sim, investir em fontes de enegia realmente renováveis, mas não somente em sua instalação, mas também em seu aprimoramento. A energia solar, por exemplo, pode muito bem ser aproveitada no território brasileiro, devido à alta insolação durante a maior parte do ano. Porém, precisa-se de alguns pequenos ajustes, como barateamento de custos com materiais.
Alguns devem pensar que sou contra qualquer tipo de fonte de energia nuclear. Porém, não é bem assim. Sabemos que, na área de oncologia, os elementos radioativos são de extrema importância. É nessa área que o governo brasileiro deve mais investir, não comprando aparelhos de segunda mão dos europeus, mas investindo em pesquisa para a produção decente desse tipo de material para exames e tratamentos, o que pode salvar muitas vidas, visto as altas incidências de variados tipos de cânceres.
É necessário, então, agir. E isso é papel da sociedade civil, que o faz na hora de escolher seus representantes e protestar por melhorias na administração pública. A semente é plantada, mas é preciso presenvá-la para que bem floresça.

Sobre o Fim de Pensar

Depois de tanto tempo sem escrever, por falta de boas ideias, volto aqui, após essas longas férias, que me serviram como tempo de total reflexão e aprendizado, para escrever sobre o pensamento e sua influência na moral humana.
Na verdade, tal debate foi inspirado por uma aula de filosofia. Era somente um simples questionário, sem nenhum compromisso, algo como uma lição de casa.
Foi aí que comecei a gostar desse projeto e ampliá-lo um pouco, em questão de divulgação, da última e mais importante pergunta do questionário: como seria se parássemos de pensar. Confesso que nunca pensei nessa ideia, até porque estamos muito ligados ao concreto, à simples aparência de ciclo finito, da lógica humana, a qual às vezes não é nada lógica.
Assim escrevi:
A consequência ao parar de pensar é o cessar da consciência. O corpo, os sentidos não mais existem, pois são guiados pela força do pensamento; a essência passa a ser imprestável, pois é ela a responsável por gerar o pensamento, sendo essa o princípio de pensar. Assim, Não-pensar é Não-ser, e o não-ser não apresenta espaço, tempo, realidade e lógica. Pior que a morte carnal, é a "morte" da essência, pois comprova que essa não possui destino algum além do não-ser, e nada que existe pode deixar de existir em essência, por mais fortes que sejam os vetores físicos, sejam eles dimensionais ou não. Então, a essência é imortal, única e justamente por ser.


O que é o Amor?

Depois de mais alguns dias de um tremendo ócio, posto hoje sobre um tema mais benigno. Hoje não a fim de escrever desgraças de um mundo doente como esse onde vivemos. Não quero ter aquela visão tão repetida hoje em dia do mundo perfeito, em que tudo são flores. Nada disso, todos nós sabemos que essa é talvez a mais cruel, cínica e encardida mentira.
Hoje vim falar de Amor. Ou melhor, tentar definir Amor. Também não pretendo fazer isso como a um verbete de dicionário, frio, objetivo e insosso. Não faço isso porque há de se consentir que amor não é concreto. Camões estava certo quando disse que sentimento é o fogo cujo ardor é indefinível.
Quando a gente ama, sente uma melodia leve e penetrante. Tudo o que se vê, é arte pura, natural, pintada por uma tinta brilhante e esculpida pelo barro sagrado. Sim, amar não é só aquele jogo amoroso, do tipo gato e rato, encontros e desencontros, que tanto se vê hoje em dia. Porque não amar com intensidade estonteante os pais, a natureza, os amigos?? O que há para impedir isso: as imposições sociais, a vergonha, a frieza??? Não são esses motivos suficientes para impedir o avanço do Amor sobre nossas vidas.
Certas vezes na vida, nós parecemos sozinhos. Não andamos rodeados de amigos, tampouco temos um(a) companheiro(a) para compartilhar nossas mais íntimas emoções. Quem disse que estamos sozinhos? Como, se Deus (seja lá o termo que você, leitor, queira usar) tá ao seu lado, garantindo que você viva, e aprenda com tudo isso?? Como, se ao abrir janela, mesmo estando numa metrópole, você tem a sorte de ver belezas naturais, que vão das simples árvores às graciosas nuvens no céu?
Tanta gente precisa de um pouco de Amor, mas não o tem. Não falo dos solteiros somente; falo das pessoas carentes, não só os de dinheiro, mas de afeto. Esse sentimento é tão importante que a falta pode causar danos irreversíveis.
Bem, acho que falei tudo que queria falar. O resto, caso existir, fica a cargo do toque que cada um de nós dá a esse sentimento que possui mistério, encanto e ardor: o Amor.

Rumo ao Mistério Microscópico

Depois de muito tempo, pouca criatividade e muito tédio, vim falar de algo que hoje em dia é comentado por todos causando bastante polêmica. Destaca-se por ser um bom assunto, pois não há uma verdade absoluta; existem milhares de certezas, opiniões e descobertas que sobrepõem e são sobrepostas, sem chegar a uma decisão.
Acho que, em vida, nunca vi tamanho alarde, tamanho desespero em tantos corações mecanizados. Uns dizem que é castigo divino, outros que é o fim dos tempos. Citam profecias encobertas até então pela razão, mas tão logo mostram-se mais do que reais; possuem tanta vida quanto nós, alimentando-se de nossa fé e inépcia.
E pensar que tal inimigo, tal 'anjo da morte', é tão minúsculo. Alguns poucos nanômetros de proteínas preparadas somente para reproduzir e destruir o organismo humano, essa 'obra' que nos mantém vivos, seja para aprender, seja para ensinar. Tal adversário, provindo dos mais pútridos animais, que vivem na lama, entra pelos nossos narizes, fazendo a festa e mostrando quem domina o mundo.
As consequências desse fato são, com certeza, as piores. Foi-se para o beleléu aquela ideia careta de homem supremo, capaz de superar todas as adversidades. Nem os bobos acreditam mais nessa teoria. Já era sabido, mas nem tão divulgado, que existem mais vírus e bactérias no nosso corpo do que homens na Terra. A principal discussão, porém, é saber como usar dessas criaturas a nosso favor, sem abusar delas; aliás, todos nós já sabemos o que acontece quando nós exploramos demais esse mundo em miniatura.
Pessoas se acumulam nos médicos, usam máscaras, se isolam no interior de suas casas. Pra quê? De que nós temos medo, do vírus ou da morte? Sabendo-se, é claro, que a morte é uma das únicas certezas absolutas da humanidade, ou seja, sabemos que, mais cedo ou mais tarde, ela se dará.Não sou a favor do terror, muito menos da alienação. Só devemos ter discernimento pra nos prevenirmos. Mas isso só pode ser definido por cada um. Pensemos bem nesse nosso isolamento. Boas 'férias' a todos.

Crime e Castigo

Depois de quase seis meses, hoje, dia 31/07, eu finalmente terminei de ler os doze volumes de Death Note. Ainda me lembro daquele Carnaval modorrento, quente e nada divertido, quando uma amiga (que já não falo faz tempo, Bruninha??) me indica essa leitura maravilhosa, mais inteligente do que se imagina. O autor, Tsugumi Ohba, tá de parabéns por ter criado essa obra de arte.
De início, o preconceito tomou conta de mim. Aliás, era o meu primeiro mangá, e eu tinha certas ideias a respeito. Pensava que todos eram capazes de fazer uma lavagem cerebral, com o intuito de alienar todo mundo. Mas, pedindo desculpas, me enganei. o Death Note apresentou uma séria discussão sobre ética, moral e culpa. É claro, havia a parte da saga, que incluía intrínsecas estratégias, dignas dos exércitos mais inteligentes já vistos.
Entra-se em discussão, claro, em quem está certo: de um lado, Raito, um justiceiro, aparentemente, com seu plano de 'purificar' o planeta, extirpando os criminosos da Terra. Ele simboliza muitos governantes e ativistas, que desde a Antiguidade até hoje pretendem fazer isso, como Hitler, Bush, Ahmajinejad, Bonaparte, a Igreja Católica, entre outros tantos que aprovam a morte para um 'bem comum'. Ambos representam um Totalitarismo aparentemente racional, mas todos esses se esqueceram ou se esquecem dos direitos humanos; sim, os criminosos são humanos, mesmo sem se arrependerem dos erros capitais que cometeram.
Em outro lado, apresenta-se 'O Bem', representados por L e Near, junto com seus subordinados. As suas inteligências, sim, eram inestimáveis, mas eles representavam a ótica capitalista, que, ao passo que critica o monopólio, o faz ainda hoje em alguns setores, inclusive o de morte. Muitos são os países que estimulam a execução de criminosos, mas não autorizam sua população de cumprir o papel do Estado, sem o controle desse.
Como disse Near no capítulo 107, é preciso discernir entre o certo e o errado; não se pode impelir ninguém o que é certo, porém há ainda as sanções sociais. Portanto, meu caminho já foi escolhido, e não segue a diretriz de nenhuma das outras duas linhas de pensamento.
Precisamos mudar o modo de punir nossos criminosos. Aliás, punir não, pois a punição, ao longo de séculos, já se mostrou como uma prática ineficaz para a regeneração do criminoso (regeneração no sentido de adequação do indivíduo às regras sociais). É preciso ensinar, não punindo, não matando, não encarcerando, nossos criminosos a enxergarem que terão de ressarcir, de alguma forma, as suas vítimas. Agora, o modo e o meio com que serão feito é, para mim, uma grande dúvida.

O Maior Segredo da Humanidade

Depois de mais alguns dias sem postar budega alguma, devido a imensa falta de criatividade nesses últimos dias, causada por não sei o quê, vim escrever sobre algo que parece um fato acabado.
Hoje, depois de meses após ter estreado no Brasil, fui finalmente ver 'Quem Quer Ser um Milionário'. Já tinha ouvido, lógico, todos os argumentos a favor desse filme espetacular. Não vejo um filme desses há muito tempo. A história, é claro, é fascinante, mas o que mais me intrigou foi outra coisa: como nós somos idiotas.
O que o filme mostra contrasta completamente com a novela 'Caminho das Índias', da Rede Globo, a qual conta uma história de uma família indiana, com problemas completamente fúteis, como um amor reprimido, o que não é nada diferente das tragédias gregas, das peças de Shakespeare, das poesias românticas, das Mil e Uma Noites. O pior é que nós nunca nos cansamos dessas histórias e etcetera e tal...
O filme, é claro, não se esquece da parte romântica, mas isso se mostra muito mais próximo a nossa realidade. Mostra a pobreza, a violência, a exploração de crianças indianas. Mas observo que os problemas que afetam a Índia são os mesmos que existem aqui.
Isso mostra que nossa sociedade está fugindo da realidade através de programas fantasiosos. Onde será que isso vai parar??? :/

Mudança de Rumo

Tô cansado do estilo textual com que eu escrevia até então. Era impessoal, concreto, utópico, infantil demais. Chewgou a hora de mudar, até porque não dá certo ter a mesma personalidade sempre.
Sentia que eu falava demais, de problemas muito comuns a todos nós. Acho que também não falava muito de mim; parecia que era muito objetivo, superficial. É lógico que eu sou contra essa superficialidade, logo, aí se forma um paradoxo.
Pretendo, a partir de agora, ser mais pessoal; exprimir mais minha realidade e os meus sentimentos em relação a essa. Assim, meu objetivo continua o mesmo, porém usando novas aboradagens e estratégias.

A Essência de Todas as Coisas

Mais uma vez falando a mesma coisa, nossa sociedade tá cada vez mais ligada à aparência. Os comerciais são uma prova viva disso. Todos os dias nas ruas, nos jornais e na televisão somos cercados por propagandas.
Hoje em dia, com novos recursos tecnológicos, os anúncios se enchem de efeitos especiais, tanto sonoros quanto auditivos, mas sempre com o mesmo objetivo: vender mais, espalhar a fama de um produto que, às vezes, nem faz tanta diferença.
Os publicitários que produzem essas maravilhas da propaganda usam e abusam da fraqueza humana ante as dificuldades dessa, as quais confundem o homem moderno, desequilibrando-o e o fazendo procurar por uma vida superficial, que seria mais fácil de viver, pois só existe o fator econômico, sendo os demais fatores desprezíveis.
Novamente, é necessário refletir; não se pode ceder a um mundo de aparências, já que esse é um erro antigo, que remonta desde a Antiguidade Clássica. Viver no Mundo Sensível signica andar em círculos, ou seja, estamos estagnados. Nada, dinheiro, roupas de grife, palácios, beleza, títulos, vão ser realmente importantes na existência plena. O que vale é o conhecimento.

O homem-robô

Mais uma vez, venho aqui para descrever e mostrar a minha opinião sobre comportamentos couns no nosso cotidiano.
Acho que agora, quando pude refletir, respirar fundo, rever todo o mundo que me cerca, modificando a cada milésimo de segundo atrvés de energias que vão e vem incessantemente, moldando a matéria que forma a minha aparência, tornou-se possível ver o que realmente aflige o homem 'moderno': é a sua própria visão.
Em um mundo que valoriza cada vez mais a aparência "perfeita" em detrimento do pensar, ter os melhores bens materiais e um poder falsamente considerado absoluto, é ruim observar imperfeições comuns a todos, inclusiva a im e a você.
Em um filme, em que uma das personagens declarava que conforme a idade o homem torna-se mais irracional, fica visível a principal característica da nossa sociedade, vista como 'superior': as máscaras; estamos numa eterna festa à fantasia, tentando cada vez mais esconder nossa essência em uma faixada de aparências. Porém, mais cedo ou mais tarde, a máscara cai. E com ela, toda a mentira de uma vida inteira.
Necessitamos de ar puro. Nao falo somente da campanha contra o Aquecimento Global, a qual se tornou ridícula, vista a repetição das mesmas situações, das mesmas informações, como se alguém pudesse salvar a Terra como um todo comprando um produto biodegradável ou uma simples camisa, feita commaterial reciclado. A questão é que nós não participamos do processo produtivo; estamos acostumados com a aparência, não queremos ver a formação do produto.
Se ensinarmos a alguém como se constrói um amor, certamente ele amará de verdade. O mesmo se aplica ao resto das coisas. Que esse post fique como reflexão para quem leia. E que, após a reflexão, tente fazer algo para mudar tal situação.

"Por Fora, Bela viola; Por Dentro, Pão Bolorento"

Depois de algum tempo sem poder escrever por causa de provas, testes e coisa do tipo, volto a postar; talvez para alguém ou a mim mesmo. Isso não importa, o que vale a pena é escrever, divulgar o que eu sinto e vejo no dia-a-dia.
Hoje vim falar de um tipo de pessoa que não gosto. Trata-se daquelas que gostam de ostentar seu conhecimento, ou suas glórias. É muito ridículo observar um comportamento tão fútil. Não pretendo criticar ninguém, muito menos influenciar alguém.
Pensando um pouco nisso, cheguei à conclusão de que essas pessoas são movidas por um sentimento de pura inveja; não que esse sentimento seja ruim por completo. Entretanto, nesses casos a inveja é tal que é prejudicial para a pessoa e também pra quem convive com ela. Assim, com qualquer assunto, desde música até economia, a figura tenta ser melhor do que todo mundo.
Não vou mentir; conheço algumas pessoas que são assim. Consideram-se melhor no inglês, na matemática, na cultura, na amizade. Isso me deixa mal, mas, é claro, temos que deixar a pessoa fazer o seu show. Aliás, o momento é todo dela; são seus quinze minutos de fama. Deixemos ela vestir a sua máscara de perfeição absoluta, pois parece o melhor que sabe fazer.
Ainda há aqueles que se alimentam da glória, do nome, ou do rubro e amargo sangue. Prendem-se a um passado feliz; sentem-se confortáveis assim. Não digo que um elogio seja prejudicial, afirmo apenas o seu mau uso tanto pelo emissor, quanto pelo receptor.
Tô farto de gente vultosa por fora, mas que possuem um vácuo em seus interiores. O verdadeiro conhecimento é transmitido de forma humilde, se possível amigavelmente. Vitórias estimulam a outras lutas, não pra ficar parado se gabando do passado.
Graças a Deus, não me alimento de glórias. Prefiro essa vida tranquila, não chamndo muito a atenção. Conquistando minhas vitórias grão a grão. E assim construo a minha personalidade.

Comerciaização da Cultura

Depois de muito tempo sem poder entrar, por causa das indispensáveis responsabilidades diárias, venho falar sobre esse tema, que pode ser um pouco difícil de entender.
Há alguns dias, em um dos meus raros e curtos descansos, ouvi falar na televisão sobre as leis que certos países começam a criar, tornando o download de músicas, filmes, jogos e livros como crime. Se não me engano, uma estadunidense foi obrigada a pagar por todas as músicas que baixou.
Poucos sabem, mas as gravadoras têm altos lucros todos os anos com a venda da cultura. A desculpa, frequentemente repetida por essas indústrias, de que os custos da matéria-prima aumentaram é absurda.
A causa para todos esses lucros é a exploração dos artistas, que têm prazos para produzir suas obras. Devem criar sua criatividade e, se for preciso, escrever sobre coisas fúteis, o que nós mais vemos hoje em dia. Lógico que não citarei ninguém; prefiro que as pessoas façam seus próprios julgamentos. O que sempre está no topo é uma pequena parcela de toda essa cultura produzida. A liberdade de expressão não é nada além de uma farsa, um bálsamo para nossas percepções tão ofuscadas por essa sociedade onde vivemos.
O outro lado da exploração está em nós mesmos. Nós, que consumimos cada vez mais, num ritmo vertiginoso e estonteante cujo fim ninguém tem conhecimento. Seja pela "inocente" propaganda entre programas de alta audiência na televisão, seja pelos gigantes outdoors que nos cercam nas ruas, devemos comprar aquele novo CD, filme ou livro, mesmo que o preço não esteja nada pequeno.
Diante toda essa situação, proponho a seguinte situação, que talvez pareça impossível. Vamos transformar a cultura em algo livre, gratuito, como se fosse um hobby para os artistas. Sem exploração, sem compromisso. Apenas o simples prazer de divertir, conscientizar e informar.
Porém, tudo vai depender da gente. Talvez, nós já estejamos acostumados a esse imobilismo, de ter o "poder" de consumir, que nada mais é do que ilusão.

E assim caminha a humanidade

Outro dia, tava eu passeando pelas ruas da magnífica metrópole onde vivo. Aquelas eram ruas comerciais, com várias lojas ostentando diversos produtos, de roupas a utilidades domésticas.
Observei os rostos das pessoas que ali estavam, e via a alegria irradiando delas. Estavam, aparentemente, renovando radicalmente as suas vidas. Mas, pensei se isso era ou parecia verdade.
Após muito refletir numa tarde chuvosa, nublada, em que o frio proporcionado por aquelas frias gotas d'água me fazia pensar melhor, cheguei a uma conclusão nada feliz. Talvez você leitor não concorde com uma vírgula que eu vou falar, mas pra mim essa é a pura verdade.
Será que ninguém nunca reparou que essa felicidade, causada por essa "evolução", não dura muito? Pra mim, uma pessoa assim não fica nem cinco minutos alegre. Comprar virou droga. É como se o cidadão, farto da sua vida medíocre, fosse beber, fumar um cigarro (de qualquer merda; todos são ruins mesmo!). Ir ao shopping hoje parece fazer um piquenique. Só que não há mais aquela união, todos se separam por um propósito: comprar e torrar o limite do cartão de crédito.
Temos que vestir hoje a roupa da moda; aquela, que tem uma estampa que faz toda diferença. cansado disso tudo. Vivemos ou não em liberdade? Um dos maiores absurdos que ouço hoje em dia é que a aparência é o que mais importa. Não podemos expressar nossa fé, não podemos ter o nosso próprio estilo, não podemos ter o nosso próprio corte de cabelo. O pior de tudo é não podermos ser tristes.
Aqui vou criar a minha concepção de tristeza. Estar triste é um estado necessário para nossa evolução; representa os obstáculos pelos quais temos de superar. A sociedade, guiada pela "ciência", esta na sua parte mais irracional, acha a tristeza uma doença, como se fosse sarna. Querem se desgrudar dela a qualquer custo.
E aí chegam os Deuses da alegria: os barbitúricos. Essa dádiva da psicanálise e da psiquiatria nos deixam felizes assim que nós tomamos esses remédios. Aqueles ácidos de fórmula mega-hiper-super elaborada entram na sua corrente sanguínea e deixam seu cérebro turbinado. O que quase ninguém sabe é como esse paraíso é falso. Pesquisas, feitas por uma ciência racional, comprovam os danos desses medicamentos. Eles enganam o seu corpo, prejudicam funções vitais e intelectuais. Mas poucos dão bola. O que querem é só enfiar a pílula goela abaixo. O resto fica por conta da droga.
É estranho como há um mecanismo perpétuo para que todos nós sejamos felizes. O consumismo desenfreado é uma dessas coisas. É incrível que ninguém, nem mesmo quem tá lá em cima, quer que você seja triste.
Pior que quando alguém tem o atrevimento que eu tendo agora é visto como suicida ou coisa pior. Digo que, por tudo que há de melhor nessa minha existência, não sou desses que não gostam da vida. Somente a força superior que nos rege é capaz de determinar o meu tempo. E quem sou eu para desafiar o Mestre?
Agora, termino com uma mensagem: vamos evoluir, mas de verdade. Quando você quer reformar um prédio, de verdade, você não muda a faixada; renova a estrutura. Curtam o silêncio da alma de vocês nesse frio e até outro dia.

O Bem e o Mal

Falar sobre esses dois simples adjetivos, de fácil pronúncia e aparente clareza de significado, é na verdade bem difícil. Muitos curiosos, como eu, já tentaram fazer isso. O problema é que cada um definiu o bem e o mal de formas diferentes.
É fato que nós estamos habituados na visão de que os dois adjetivos são opostos entre si. Em uma sociedade como a nossa, em que a mídia, com os seus dramalhões diários que nós assistimos assiduamente, isso é absolutamente normal. Acontece que as novelas sempre têm a separação entre o bem e o mal. Não há meio-termo. É uma ideia tão repetida que já se incorporou ao nosso dia-a-dia.
Essa valorização da simetria entre bem e mal se justifica. Empresas ambiciosas, governos corruptos e igrejas que querem cada vez mais fieis se interessam em arraigar um rebanho para serem guiadas por um pastor. Fica claro que os protagonistas sempre são certos, nunca questionam a estrutura social, não sentem o universo que os cercam. Estão sempre se importando em cuidar desse mundinho humano, quase sem importância em comparação ao infinito Cosmos.
Os maus são sempre aqueles que transgridem as regras, sendo vistos como seres irracionais, egoístas, excêntricos, feios e outros adjetivos "ruins".
Vou organizar isso tudo numa metáfora. Imagine que nós sejamos um rebanho guiadas cegamente pelo pastor e pelas ovelhas mais velhas. Um lobo aproxima-se. Entretanto, em vez de matar as ovelhas mais novas, matam as mais velhas, tentando mostrá-las o seu caminho.
Levando para a realidade, não é preciso matar os dominantes; o que deve ficar claro é que nós devemos sobre a questão da nossa participação nos destinos da nossa sociedade e de nosso saber. É um absurdo a dogmatização da ciência, que é vista como superior e quase inalcançável, exceto para aqueles que possuem "altas capacidades". Nós fazemos parte dessa comunidade e, portanto, temos o direito de darmos nossas opiniões, independente se sejamos protagonistas ou antagonistas absolutos, o que é impossível, ou sermos um misto dos dois, nessa incrível estória que se chama vida.

O Tiroteio Nosso de Cada Dia

Nessa semana, eu estava voltando pra casa, depois de um dia pra lá de cansativo, pensando em comida e descanso. Foi quando ouvi disparos rápidos, barulhentos, que espalhavam o ódio por toda aquela rua.
O barulho parecia o dos fogos, mas devido à proximidade da origem daqueles sons, eu tinha certeza de que eram tiros. Eu e os outros passageiros do ônibus tivemos que nos abaixar, amedrontados e assustados, vendo a realidade na nossa frente.
Depois de quase sermos atingidos por um a bala perdida, alguém nos disse que aqueles disparos foram feitos por causa de um assalto.
Esse foi o fato. Outros teriam ficado por aí, mas eu pretendo discutir sobre isso.
A própria existência de objetos que podem tirar a vida como as armas deve ser colocada em discussão. Por que se permite o uso dessas armas. A autodefesa pode ser uma poderosa justificativa, mas será certo defender o que nos ameaça com uma outra ameaça? será que se pensa nisso quando se produz uma arma?
Não é o que se vê. As armas são produzidas e melhoradas tecnologicamente para sustentar guerras, de superficialidade moral, que nos faz retornar à condição de meros animais, com seus instintos não-reflexivos.
Há algum tempo, perguntou-se aos brasileiros se queriam restringir a posse de armas. o brasileiro, contrariando a fama, o senso comum, de pessoa pacífica, disse não a essa nova lei. Talvez, não tenham pensado na vida tirada das pessoas que simplesmente voltavam pra casa; nos sonhos arruinados de pobres sonhadores que nós somos; nos traumas que prendem as pessoas durante o resto da vida, seja psicologicamente, seja fisicamente.
A natureza, por meio de seus mecanismos variáveis, é a única que poderia tirar a vida de alguém. Sem sofrimento, sem sangue derramado, e sim de uma formas mais simples, aspirando o ar que nos corrói a cada inspiração, que à medida que nos dá corda pra viver, também a tira, sem dó nem piedade.
Nossa vida é um jogo, talvez o mais complicado de todos. Porém, não precisamos tirar alguém da nossa frente à força pra sermos felizes.
Outra coisa bastante triste é a nossa imobilidade diante tudo isso. Fato como esse do tiroteio ocorrem todos os dias, passam em todos os noticiários, e nada fazemos, a não ser reclamar. Tirando alguns protestos amadores, não vejo protestos realmente importantes. Nós, humanos, nem sequer tentamos ser um pouco mais fraternos um com os outros. Tudo gira em torno do dinheiro, a felicidade fácil, e o preço que se paga por isso tudo.
Perdemos, cada vez mais, nossa liberdade, nos atando a rotinas falsamente milagrosas, que nos prendem, obrigando-nos a andar em círculos, a dizer sim a tudo e a todos. Temos que nos deter a uma educação superficial, e fazermos muito pra algo que não passa de nossa obrigação.
Até a natureza, somos obrigados a considerá-la constante, com os mesmos comportamentos, talvez pra mostrar-nos que nós domamos a natureza, que nós sabemos todos os seus movimentos. Somos levados a ser inconsequentes, irracionais.
Ressalto aqui que não quero impor nada a ninguém, mas talvez poucos tenham vontade de ler isso. Cada um tem uma escolha a fazer: Diante de toda essa sociedade, em que assaltos, genocídios, estupros, homicídios e outros são quase normais e imperceptíveis, o que se vai fazer? Qual é a sua atitude?

O Início

Bem, como começar????????
Talvez esse tenha sido um dos meus projetos mais loucos, mas às vezes eu me sinto bem escrevendo. O dia se passa, e eu fico refletindo por tudo o que vejo. Entretanto, eu acabo guardando muito pra mim a minha própria impressão de mundo, ficando muitas vezes preso a modelos, a obrigações, ao pensamento moderno e robotizado.
Confesso que o tempo, que nós mesmos criamos, poucas vezes tem sido meu amigo. O que ele, ou talvez eu mesmo, tem feito é me amordaçar à correria do cotidiano, não me deixando com muito tempo para escrever. Mas sempre rola aquele minutinho sem porcaria nenhuma pra fazer.
Alguns minutos antes de escrever isso, me veio o plano de criar esse blog. Por que não?? Já tinha me passado essa idéia inúmeras vezes pela minha cabeça, em momentos de tormenta, de céu limpo. Mas foi nesse momento, entre a tempestade e a bonança, o velho e o novo, o conhecido e o desconhecido, entre todos esses opostos que no fim são a mesma coisa, que tal idéia floresceu. E esse é o seu primeiro fruto.
Pretendo ultrapassar as barreiras da razão, da filosofia, dos modelos prontos e da arte, para criar a minha visão de mundo e expô-la aqui. Muito tentei preservar esses meus conceitos comigo, mas não consegui. O que aconteceu foi somente dominação, repetição e depressão. Agora eu quero quebrar esse ciclo vicioso e ser eu mesmo.
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